Como funciona o trabalho dos veteranos no Pacce

uma história, alguns esclarecimentos

Muitas pessoas estão falando do PACCE, mas me parece que falta a compreensão de como ele funciona. Vou exemplificar com um caso real do PACCE Quixadá. Uma aluna no primeiro semestre do curso de Redes de Computadores, conhece a proposta do PACCE e procura o coordenador do programa, no caso eu, querendo organizar um grupo de estudos de japonês. Mesmo eu achando japonês muito estranho, incentivo-a e ela se torna voluntária.

Na reunião geral, em 2016, ela conhece seus 25 colegas de programa e descobre que terá que dedicar 12 horas semanais em atividades divididos da seguinte forma:
• 2 horas em oficinas de capacitação técnica em temas como gestão, habilidades sociais, escrita científica;
• 1 hora em interações de desenvolvimento psicossocial;
• 1 hora desenvolvendo e enviando o planejamento didático sua célula de japonês, além do feedback das atividades realizadas na semana;
• 1 hora na reunião geral do PACCE;
• O resto do tempo ela vai desenvolver as ações da sua célula de japonês.

Sem contar os acompanhamentos mensais individuais, as atividades de orientação didática, a participação dos inúmeros eventos promovidos pelo PACCE para comunidade acadêmica. Ela também descobre que caso falte qualquer atividade, terá que fazer reposição. Porque se não cumprir as horas, não poderá continuar no programa.

Então, ela descobre que quem produz e ministra as oficinas, quem organiza as interações, quem lê os planejamentos, feedbacks, reposições, quem lidera a reunião do PACCE NÃO é o coordenador do programa, mesmo o coordenador estando presente na reunião. São outros bolsistas, os veteranos do programa, que foram selecionados e capacitados para exercer essas funções. Aos poucos ela absorve vivenciando as colunas do PACCE: o protagonismo estudantil e a Aprendizagem Cooperativa .

Resumindo muito a história, ela se identifica muito com o programa, a célula é um sucesso gigante, muita gente estudando japonês, ela passa dois anos no PACCE, aprende a fazer gestão, a organizar eventos, amadurece muito como profissional e principalmente como pessoa. Se forma na faculdade, vai trabalhar no mercado e depois vai pro mestrado em Portugal. Essa é a história da Ana Lúcia Lima. Mas eu poderia ter contado aqui a história da Marisa, do Cainã, do Marcelo, da Déborah, ou de tantos outros que já passaram pelo programa.

Acho que vocês entenderam o caso aqui. O esqueleto de sustentação que mantém o programa PACCE funcionando são os veteranos que são selecionados por sua identificação com o programa, que são capacitados e que desenvolvem as habilidades técnicas específicas para o trabalho a ser realizado.

PS: A divisão de horas e atividades desenvolvidas pelo PACCE varia de acordo com a realidade de cada campus.

David Sena Oliveira
Coordenador do Pacce Quixadá